21 Outubro, 2019 12:00

Estado ouve demandas de jovens tapuios e tabajaras

A Cojuv coleta informações para projetos e ações voltadas à juventude indígena piauiense.

Cássia Sousa
Joint existe há dois anos e planeja várias ações para 2019 e 2020 (Cássia Sousa)

Representantes da Coordenadoria da Juventude do Estado do Piauí (Cojuv) tiveram um encontro com os Jovens Indígenas de Nazaré Tabajaras e Tapuios (Joint), nesse fim de semana, no município Lagoa de São Francisco. A reunião teve como objetivo sondar a comunidade indígena sobre as demandas, considerando as necessidades específicas dos povos originários, especificamente do segmento juvenil.

Um dos pontos levantados pelos jovens que participavam do diálogo foram o acesso à tecnologia e ao conhecimento necessário para a realização de documentários sobre a comunidade, de modo a preservar a memória e a identidade dos povos originários. Além disso, foram apontadas também a escassez de políticas preventivas que tenha como público-alvo a juventude indígena.

“O mais importante é que esses jovens reivindicam e querem o reconhecimento como uma comunidade indígena do Piauí e que têm em seus projetos a construção de um museu próprio e de registros da história da comunidade. É interessante a concepção que eles têm de museu: existe, de fato, um espaço físico com peças, mas eles entendem que a própria comunidade como um todo faz parte do museu”, disse o coordenador estadual da Juventude, Vicente Gomes.

O Joint é um grupo de jovens que já atua há dois anos no Território dos Cocais. Dentre as ações do grupo, estão um curso da língua tupi que deve ocorrer entre os dias 10 e 15 de dezembro; e um encontro de jovens indígenas entre os dias 15 e 17 de novembro, que será uma prévia para a Assembleia Indígena da Juventude que deverá ser realizada em março ou abril de 2020. “Esse encontro será para planejarmos a assembleia e devem participar cerca de 50 jovens”, disse Dinayana Kelly Uchôa do Nascimento, secretária do Joint.

“Nossa aproximação com a juventude indígena tem como objetivo colher informações para a elaboração de projetos e ações que contemplem esse segmento. Também é uma forma de visibilizar essas comunidades porque existe uma falsa ideia de que não há indígenas no Piauí”, disse Ianara Evangelista, diretora de Políticas Sociais da Cojuv.

Participaram do encontro, o coordenador estadual de Juventude, Vicente Gomes; o diretor de Política para Inserção no Mundo do Trabalho, Venicio Moura; a diretora de Políticas Sociais, Ianara Evangelista; o coordenador de Esporte e Cultura da Cojuv, Marcos Carvalho; o consultor de cadeias produtivas do Progere II do território dos Cocais, Erivaldo Pedro Rodrigues; e o cacique Henrique Manoel do Nascimento.

Autoria: Cássia Sousa
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