12 Dezembro, 2017 12:21

Margarete Coelho diz que filme eterniza Torquato Neto

Documentário “Todas as Horas do Fim” foi lançado em Teresina nessa segunda (11).

Paulo Barros
Lançamento do filme “Todas as Horas do Fim” (Paulo Barros)

A governadora em exercício Margarete Coelho prestigiou, na noite dessa segunda-feira (11), a exibição do filme “Todas as Horas do Fim”, um documentário sobre Torquato Neto, no Theatro 4 de Setembro. O filme que é um longa-metragem documentário já ganhou nove prêmios e tem o patrocínio do Governo do Estado do Piauí, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O filme deve entrar em cartaz, em abril ou maio, no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte e a expectativa é que também esteja em exibição nos cinemas de Teresina.

O secretário de Estado da Cultura, Fábio Novo, falou da satisfação do Governo do Estado em poder contribuir com esse projeto. “Estamos muito felizes. Essa é uma das grandes marcas que vamos deixar na cultura piauiense e que paga também um pouco da dívida que temos com Torquato. O filme saiu há apenas dois meses e já recebeu nove premiações. Recebeu, inclusive, o prêmio de melhor filme do Arquivo Nacional, onde concorriam 77 filmes nacionais e estrangeiros. Esse filme em breve estará à disposição das escolas públicas para que os estudantes possam conhecer esse piauiense, ícone da Tropicália. Esse é um trabalho primoroso e que nos enche do orgulho, pois estamos ajudando a resgatar tudo que Torquato representa para o Piauí, para o Brasil e para cultura de forma geral”, comentou o gestor.

Os diretores Eduardo Ades e Marcus Fernando contaram que o filme levou dois anos para ficar pronto e que envolveu trabalho de pesquisa muito extenso para entender e revelar uma figura tão multifacetada e obscura de forma com quem o telespectador se interessasse. “Ele produziu muito, tanto na música, como na poesia e também nos jornais e no audiovisual, e pouco se sabe dele. Todo mundo conhece uma música de Torquato, mesmo que não identifique-o. Queríamos jogar uma luz sobre a vida dele para que as pessoas pudessem conhecer mais sobre a sua obra e sobre quem era Torquato e um pouco do que o movia”, disse Eduardo Ades.

“O maior desafio foi encontrar o que a gente iria mostrar sobre Torquato, o que o unifica. Percebemos então uma marca que é a presença da morte. Não como oposição à vida. Mas a morte como forma da vida. Quando ele cria a Tropicália, há uma ruptura com tudo que existia antes. Ele deixa de ser um compositor de MPB e se propõe a fazer algo totalmente diferente. Ali, morre também um pedaço dele. Ele mesmo decreta o final da Tropicália e um dos seus versos e cria um novo artista ligado com a arte marginal”, revelou o diretor Marcus Fernando.

O filme traz depoimentos, cartas, músicas e um áudio exclusivo de Torquato Neto. “Nós queríamos revelar o que ele fez em vida, qual sua produção poética, cartas, jornal, cinema, tanto atuando quanto dirigindo e colocar tudo isso em paralelo com a trilha sonora com músicas só dele”, disse Marcos Fernando.

“Todas as Horas do Fim” também ganhou o prêmio de melhor trilha sonora, que, na oportunidade da exibição dos filmes, os diretores fizeram questão de entregar ao primo de Torquato Neto,

Margarete disse que o filme eterniza Torquato. “Ele foi um ícone de toda uma geração. E o filme eterniza isso, mostrando um pouco desse revolucionário, nosso Anjo Torto, e conta não só a história dele, mas de uma geração. Estou muito encantada e precisamos divulgar ainda mais esse filme premiadíssimo, para que todas conheçam esse símbolo da nossa cultura”, comentou a governadora.

 

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Autoria: Tamyres Rebeca

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