Margarete Coelho diz que filme eterniza Torquato Neto
Documentário “Todas as Horas do Fim” foi lançado em Teresina nessa segunda (11).
A governadora em exercício Margarete Coelho prestigiou, na noite dessa segunda-feira (11), a exibição do filme “Todas as Horas do Fim”, um documentário sobre Torquato Neto, no Theatro 4 de Setembro. O filme que é um longa-metragem documentário já ganhou nove prêmios e tem o patrocínio do Governo do Estado do Piauí, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O filme deve entrar em cartaz, em abril ou maio, no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte e a expectativa é que também esteja em exibição nos cinemas de Teresina.
O secretário de Estado da Cultura, Fábio Novo, falou da satisfação do Governo do Estado em poder contribuir com esse projeto. “Estamos muito felizes. Essa é uma das grandes marcas que vamos deixar na cultura piauiense e que paga também um pouco da dívida que temos com Torquato. O filme saiu há apenas dois meses e já recebeu nove premiações. Recebeu, inclusive, o prêmio de melhor filme do Arquivo Nacional, onde concorriam 77 filmes nacionais e estrangeiros. Esse filme em breve estará à disposição das escolas públicas para que os estudantes possam conhecer esse piauiense, ícone da Tropicália. Esse é um trabalho primoroso e que nos enche do orgulho, pois estamos ajudando a resgatar tudo que Torquato representa para o Piauí, para o Brasil e para cultura de forma geral”, comentou o gestor.
Os diretores Eduardo Ades e Marcus Fernando contaram que o filme levou dois anos para ficar pronto e que envolveu trabalho de pesquisa muito extenso para entender e revelar uma figura tão multifacetada e obscura de forma com quem o telespectador se interessasse. “Ele produziu muito, tanto na música, como na poesia e também nos jornais e no audiovisual, e pouco se sabe dele. Todo mundo conhece uma música de Torquato, mesmo que não identifique-o. Queríamos jogar uma luz sobre a vida dele para que as pessoas pudessem conhecer mais sobre a sua obra e sobre quem era Torquato e um pouco do que o movia”, disse Eduardo Ades.
“O maior desafio foi encontrar o que a gente iria mostrar sobre Torquato, o que o unifica. Percebemos então uma marca que é a presença da morte. Não como oposição à vida. Mas a morte como forma da vida. Quando ele cria a Tropicália, há uma ruptura com tudo que existia antes. Ele deixa de ser um compositor de MPB e se propõe a fazer algo totalmente diferente. Ali, morre também um pedaço dele. Ele mesmo decreta o final da Tropicália e um dos seus versos e cria um novo artista ligado com a arte marginal”, revelou o diretor Marcus Fernando.
O filme traz depoimentos, cartas, músicas e um áudio exclusivo de Torquato Neto. “Nós queríamos revelar o que ele fez em vida, qual sua produção poética, cartas, jornal, cinema, tanto atuando quanto dirigindo e colocar tudo isso em paralelo com a trilha sonora com músicas só dele”, disse Marcos Fernando.
“Todas as Horas do Fim” também ganhou o prêmio de melhor trilha sonora, que, na oportunidade da exibição dos filmes, os diretores fizeram questão de entregar ao primo de Torquato Neto,
Margarete disse que o filme eterniza Torquato. “Ele foi um ícone de toda uma geração. E o filme eterniza isso, mostrando um pouco desse revolucionário, nosso Anjo Torto, e conta não só a história dele, mas de uma geração. Estou muito encantada e precisamos divulgar ainda mais esse filme premiadíssimo, para que todas conheçam esse símbolo da nossa cultura”, comentou a governadora.
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