19 Junho, 2017 15:16

Wellington visita obras da Central de Artesanato

De acordo com a Secult, a conclusão está prevista para o mês de outubro

Jorge Henrique Bastos
Visita à Central de Artesanato (Jorge Henrique Bastos)

No final da manhã desta segunda (19), o governador Wellington Dias visitou as obras de reforma da Central de Artesanato Mestre Dezinho. Orçada em R$ 1,6 milhões, a intervenção engloba a reforma das lojinhas, a instalação de uma concha acústica que substituirá o palco, a construção de um restaurante de comidas típicas e a Escola Estadual de Artesanato.

“O Mestre Dezinho está se transformando em uma atividade viva, presente e permanente na área da cultura. Aqui eu tive a felicidade de aprovar a reforma e ampliação do que hoje já é realidade, a escola de dança Lenir Argento e a escola de música Possidônio Queiroz. Agora queremos aprontar uma terceira etapa que é a escola de Artesanato. O Piauí tem força nessa área do artesanato, onde a partir do talento de homens e mulheres na madeira, no ferro, no barro, enfim, de materiais colhidos na natureza, termos obras de arte comercializadas no Piauí, no Brasil e no mundo”, destacou Wellington Dias.

De acordo com a Secretaria Estadual de Cultura (Secult), após primeira etapa da reforma da Central, as escolas de dança e de música atendem hoje 1 mil e 1,7 mil alunos, respectivamente. A ideia da implantação da escola de artesanato, segundo Dias, é propiciar um polo estrutural para o desenvolvimento do artesanato local. “Queremos mais conhecimento, mais formação técnica, queremos complementar o nosso artesanato com técnicas e ideias empreendedoras de outros lugares do mundo, criando uma rede muito profissional. O intuito é oferecer também informações para montagem de oficinas, montagens de ateliê, apoio para empreendedores na área da arte”, explicou o governador.

Para a Secult, reforma na Central de Artesanato Mestre Dezinho, junto com as intervenções feitas no Clube dos Diários e no Theatro 4 de Setembro, também representa o resgate do patrimônio histórico do “corredor cultural” formado em volta da Praça Pedro II, no centro de Teresina. Por serem estruturas históricas, sofriam com a ação do tempo e exigiam reparos estruturais.

A arquiteta Patrícia Mendes, coordenadora de Patrimônio Cultural da secretaria de Cultura, adiantou sobre as intervenções que serão feitas no prédio histórico. “O antigo piso escuro da década de 70, que não é o original, será substituído por um mais claro. Iremos implantar uma concha acústica no lugar do palco. O auditório será reformado, alguns retoques na inclinação e na acústica. Vamos restaurar essa peças artesanais, as esculturas em ferro e em argila e a Casa do Artesão, que é uma casa típica piauiense”, informou.

A fachada da Central também vai passar por modificações. Através de uma técnica chamada prospecção, que consiste na raspagem das camadas de tinta, será resgatada a cor original da parede. Ações voltadas para a iluminação externa do prédio também deverão reforçar visualmente a fachada do prédio.

Para o secretário Estadual de Cultura, Fábio Novo, a ideia é reavivar a arquitetura e a ambientação dos espaços históricos da capital. “Com isso todo esse complexo fica revitalizado e bem atrativo para quem vem para o centro de Teresina”, contou o secretário garantindo que a conclusão da nova estrutura está prevista para o mês de outubro deste ano.

Acessibilidade e escola de artesanato

A reforma da central ainda prevê a instalação de rampas e elevador de acessibilidade, e também de pisos táteis. O coordenador do Programa de Desenvolvimento do Artesanato Piauiense (Prodart), Jordan Costa, informou que após a intervenção o prédio também voltará a funcionar nos finais de semana.

Sobre a Escola Estadual de Artesanato, Jordan explicou como se dará a profissionalização e inserção de novos artesãos no mercado. “Serão três módulos, um módulo de antropologia, um segundo voltado para o trabalho prático e um terceiro de gestão. A escola vai unir designers, historiadores e também os mestres artesãos”, pontuou.

Mestre Dezinho

José Alves de Oliveira, conhecido como Mestre Dezinho, é considerado o precursor da arte santeira no Piauí. Natural do município piauiense de Valença, Mestre Dezinho foi dono de um estilo próprio de trabalho de arte santeira, influenciando outros artistas locais e sendo reconhecido nacionalmente e internacionalmente, com trabalhos expostos na América Central, Europa e Oriente Médio. 

Autoria: Valmir Macêdo

Tags: