26 Fevereiro, 2018 12:46

Escola de Dança capacita professores para início do período letivo

Eles participam do Laboratório “Práticas de Ajuntamento” com a artista Mariana Pimentel.

Ascom Secult
Oficina investiga ferramentas de criação coletiva pautadas nas políticas de relação e convivência (Ascom Secult)

A Escola Estadual de Dança Lenir Argento realiza, até quarta-feira (28), o Laboratório “Práticas de Ajuntamento” com a artista da dança, produtora e gestora cultural Mariana Pimentel. O laboratório faz parte do projeto de formação continuada que a escola tem promovido junto ao corpo docente desde 2017, por meio do Projeto Redemoinho de Dança. Pelo menos 38 professores da escola participam da capacitação.

“Esta é uma oficina que investiga ferramentas de criação coletiva pautadas nas políticas de relação e convivência. Consiste na experimentação de propostas de trabalho coletadas ao longo da minha prática artística, que tem como base o corpo coletivo e a experiência compartilhada entre os participantes. O laboratório reúne práticas que vivenciei com coreógrafos diversos e tem como métodos centrais a Composição em Tempo Real desenvolvida pelo coreógrafo português João Fiadeiro e o Modo Operativo AND, desenvolvida pela artista e antropóloga brasileira Fernanda Eugenio, os quais pesquiso, aplico e vivencio há 9 anos”, explica Mariana Pimentel, que é cearense, mas vive no Rio de Janeiro.

As aulas são divididas em exercícios de atenção, percepção e disponibilização do corpo e na experimentação dos métodos centrais. “Importante ressaltar que é um laboratório de experimentação: estamos todos em trabalho e aprendizado, inclusive a proponente. A relação é horizontalizada e coletiva” completa a dançarina.

Para o coordenador da Escola Estadual de Dança Lenir Argento, Datan Izaká, as formações fazem parte de um processo que ajuda a repensar todo o ensino da dança na instituição. “É um processo mais humano, de aproximação com os alunos. Dessa forma, podemos reconhecer mais os nossos alunos, seus potenciais e dificuldades, e assim elaborarmos novas estratégias e ações”, afirma o coordenador.

Atualmente, a escola possui 1.200 alunos matriculados e é referência no ensino público da dança em todo o país. As aulas da escola serão iniciadas no dia 5 de março. Essa é a segunda capacitação realizada no início deste ano. De 5 a 9 de fevereiro, os professores participaram do laboratório “Jogos de Improvisação e Processos Criativos para Crianças”, com a Anita Gallardo-PR.

Sobre Mariana Pimentel

Artista da dança, produtora e gestora cultural. Estudou no Royal Conservatory of Antwerp, Bélgica, e é licenciada pela Escola Superior de Dança de Lisboa, onde teve a oportunidade de trabalhar com Rui Horta, Francisco Camacho, entre outros profissionais. É mestre em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias pela Universidade Nova de Lisboa, sendo seu objeto de pesquisa os estados de presença do corpo na dança contemporânea. Seus trabalhos autorais tratam de tensões políticas entre corpo, espaço, identidades e noção de comunidade, sendo apresentados em Portugal, França, Suécia, Áustria, Itália e Brasil.

Colaborou como intérprete com Lenora Lobo na Companhia Alaya Dança, Lina do Carmo, com o grupo Margaridas Dança, Felix Ruckert, Wili Dorner, Ana Borralho & João Galante e Diogo Bento. Integra o coletivo de pesquisa Corposições – Profanações em Afeto, Performatividade e Território que investiga o método Composição em Tempo Real desenvolvido por João Fiadeiro e o Modo Operativo AND desenvolvido Fernanda Eugenio na interface entre dança e clínica.

É sócia-fundadora da produtora Dos Voos – Soluções em Arte e Design ao lado do artista Fabiano Araruna, onde desenvolvem projetos de música, dança, audiovisual e design gráfico. Co-dirige com a artista Ligia Soares o Face a Face – Plataforma Luso-Brasileira de Artes Performativas. Integra a equipe de artes cênicas do Departamento Nacional do Sesc, colaborando na mobilização de projetos, ações e discussões na área da dança em todo o país.

Autoria: Juliana Nogueira

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