10 Março, 2019 1:14

Defensoria evidencia o empoderamento feminino nas comemorações pelo Dia da Mulher

Eventosa aconteceram na sexta-feira e sábado e destacaram a luta e conquistas das mulheres

Lázaro Lemos
Roda de Diálogo na Unidade João XXIII da Defensoria Pública (Lázaro Lemos)

Em reconhecimento às conquistas e desafios enfrentados pelas mulheres em todo o mundo, o Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar da Defensoria Pública do Estado do Piauí, realizou na última sexta-feira , dia 8 de março, quando se comemorou o Dia Internacional da Mulher, uma Roda de Diálogo com a membro fundadora do Instituto da Mulher Negra do Piauí – AYABÁS, Sônia Terra, que abordou a temática “A Mulher Negra no Piauí: trajetória e perspectivas”. A Roda aconteceu na Unidade João XXIII da Defensoria Pública e reuniu Defensoras e Defensores Públicos, bem como representantes de movimentos de mulheres, além de servidoras e estagiárias da Defensoria Pública.

Na mesma data as assistidas pela Instituição que se dirigiram ao Núcleo da Mulher, foram recepcionadas de forma diferenciada. Também como parte da programação, neste sábado, dia 09, foi feita entrega de material, exposição de banners e repassadas orientações gerais sobre direitos das mulheres ao público que compareceu ao Teresina Shopping.

Ao abrir a Roda de Diálogo, Sônia Terra, militante negra feminista destacou a relevância do momento. “Quando a Defensoria Pública nos convidou para fazermos uma Roda sobre a questão das mulheres negras, resolvemos trazer um pouco da discussão dessa trajetória sobre quem somos nós, as mulheres negras, aonde estamos na base da desigualdade desse pais, quais desafios se apresentam para nós, que somos a maioria e continuamos em situação de extrema desigualdade. Então é um momento de sensibilização dentro de um espaço da Defensoria Pública, onde temos a oportunidade de falar também para quem lida com as assistidas, buscando compreender a dimensão do que é ser mulher e do que é ser mulher negra nesse pais, o que nos desafia, tomando de frente a questão da violência contra a mulher e em um momento que vivemos tantos retrocessos. É um momento político, forte, em que a nossa organização, enquanto mulheres negras, precisa avançar, se fortalecer e seguir marchando nessa luta contra o racismo, a violência e pelo bem viver”, disse.

A defensora pública Verônica Acioly de Vasconcelos, titular da 2ª Defensoria Pública da Mulher, falou sobre a representatividade do dia 8 de março. “A data é importante como reconhecimento dos espaços que conquistamos e da necessidade de visualizar o que temos por conquistar. É um momento de comemorar até o ponto em que estamos, mas é um momento também de reafirmar nossa luta, de nos unirmos e de entender que sempre a ameaça do retrocesso, quando o assunto envolve direitos das mulheres, paira sobre nós. Então é necessário que estejamos unidas, entendendo que é uma causa só. E que a gente chame os homens para essa luta pela igualdade de gênero”, destacou.

Lia Medeiros do Carmo Ivo, coordenadora do Núcleo da Mulher e titular da 1ª Defensoria Pública da Mulher, também falou das conquistas alcançadas pelas mulheres. “Sempre temos que lembrar o dia 8 de março não como uma data de distribuição de rosas ou promoção em salão de beleza, mas sim quanto ao tanto de lutas já travadas para que nós mulheres pudéssemos votar, ter nossos bens, controle sobre nossas próprias vidas e buscar formas para continuar lutando pela completa implementação dos direitos das mulheres. Ainda não alcançamos essa igualdade plena. É importante poder refletir sobre esses dias, conhecer, até por meio da campanha Mulheres Plurais que desenvolvemos este ano na Defensoria Pública, a história das mulheres que lutaram e lutam. É fundamental refletir sobre isso para poder continuar caminhando”, ressaltou.

A defensora pública geral do Estado do Piauí, Francisca Hildeth Leal Evangelista Nunes, também presente à Roda de Diálogo, se manifestou destacando a força da mulher. “Uma mulher que não se acomoda diante das circunstâncias, não se limita a ficar esbravejando, seja pessoalmente ou por meio de redes sociais, mas uma mulher de ação, que buscar fazer a diferença. Fico muito feliz com esse momento, agradeço a disponibilidade da Sônia Terra e parabenizo aos colegas do Núcleo da Mulher, por conta da escolha do tema. Reforço a relevância da Campanha Mulheres Plurais, desenvolvida este ano pela Defensoria Pública, por meio da qual destacamos o perfil de tantas mulheres importantes para a história desse país, é exatamente essa pluralidade que nos faz fortes, resistentes. Nos faz ser quem somos na busca por um mundo melhor para todos. Um papel que nos diferencia de tudo, cada uma com suas bandeiras e que, no caso da Defensoria Pública, se reflete na procura por uma Instituição melhor. Hoje somos 58 mulheres, mas também contamos com homens que nos respeitam e valorizam. Muitas vezes temos que ser mais austeras e duras na fala, isso porque lutamos firmemente pela construção de um mundo melhor”, afirmou.

Também estiveram presentes à Roda de Diálogo os defensores públicos, Erisvaldo Marques dos Reis, subdefensor público geral e defensor público geral nomeado para o biênio 2019/2021 e Armano Carvalho Barbosa, titular da 3ª Defensoria Pública da Mulher.  A defensora pública Karla Araújo de Andrade Leite representou a Associação Piauiense de Defensores Públicos. A Roda contou ainda com a presença da defensora pública Sara Maria Araújo Melo, titular da 1ª Defensoria Pública do Idoso.

 

 

 

 

Autoria: Ângela Ferry
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