28 Julho, 2017 12:54

Defensoria promove Oficina de Pais e Filhos

O objetivo do projeto é promover o diálogo entre casais que estão em processo de separação.

Lázaro Lemos
A defensora pública Débora Cunha ministra palestra na Oficina Pais e Filhos (Lázaro Lemos)

A Defensoria Pública do Estado do Piauí, por meio das Defensorias Públicas de Família e do Núcleo de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania  (NUSCC), realizou, nessa quinta (27) e nesta sexta-feira (28), a quinta etapa do Projeto Oficina de Pais e Filhos.

O objetivo do projeto é promover o diálogo entre casais que vêm sendo assistidos pela DPE-PI e estão em processo de ruptura. A ideia é auxiliá-los em seus conflitos em um espaço de escuta e informação, capaz de despertar uma convivência mais saudável entre os membros da família. A oficina foi realizada na Unidade João XXIII da Defensoria Pública, das 8h às 12h.

Durante a oficina, que é realizada em duas etapas, os casais são convidados a compartilharem suas experiências com outras pessoas que também estejam enfrentando um processo de separação. No primeiro dia, os defensores mediadores envolvidos realizam uma palestra sobre a importância do entendimento para a condução do litígio e, depois, abrem para os depoimentos. Cada dia da oficina inclui um dos parceiros para que ambos sintam-se à vontade para partilhar a situação.  

“Esse programa consiste em conversar com essas pessoas que estão passando por um processo de ruptura familiar e trabalhar com eles os conflitos que surgem durante a separação. Geralmente, esses conflitos tendem a piorar e se potencializar quando o casal tem filhos e a grande preocupação da Defensoria é essa, proteger os filhos, tanto crianças quanto adolescentes”, explicou a defensora pública Débora Cunha Vieira Cardoso, uma das responsáveis pela oficina.

“Esse projeto é a oportunidade de mostrar para essas pessoas que se pode passar por esse momento da forma menos traumática, porque conflitos todos passam e qualquer ruptura familiar é difícil, mas ela pode ser conduzida de forma dialogada, construindo uma relação saudável entre eles e os próprios filhos”, acrescentou a defensora.

Para o defensor de Família, João Castelo Branco, que também participa do projeto, a contribuição fundamental da iniciativa é promover uma melhor comunicação e entendimento do casal sobre o conflito vivido durante o processo de separação e/ou divórcio, buscando reflexões e medidas consensuais. “O projeto representa o olhar diferenciado que a Defensoria Pública pretende dar aos conflitos de Família que chegam à instituição. Por isso, convidamos esses casais, que estão passando por uma ruptura da relação e tentamos mostrar formas mais saudáveis e efetivas de trabalhar as dificuldades desse processo, especialmente no que refere à situação dos filhos menores. Buscamos, assim, a melhoria ou estabelecimento de uma comunicação não violenta entre esses ex-parceiros”, frisou o defensor.

Durante a oficina, foram discutidos pontos como a alienação parental, prática muito comum e que consiste no abandono dos pais em relação aos filhos por causa da separação. O defensor João Neto destacou ainda que é mostrado aos participantes que o diálogo é a melhor solução para os conflitos. “O que a oficina faz é tentar mostrar para esses casais que procuram a Defensoria, muitas vezes, para ingressar com o processo judicial, que existe uma outra via e que lidar com o conflito de forma dialogada é a melhor solução”, afirmou João.

Mauro Barbosa, de 35 anos, um dos participantes da oficina, reconheceu a necessidade de orientação para que se possa lidar com o processo de separação. “Quando a gente se separa e tem uma vida conjugal, você, muitas vezes, precisa de uma orientação para lidar com a situação e não prejudicar os filhos. E nisso, você amadurece com o seu ex-parceiro ou ex-parceira em termos de priorizar a criança em si, porque quem sofre mais nisso tudo é a criança. Por isso, para mim, está sendo importante e eu acho que muitas outras pessoas deveriam participar”, disse Mauro.

O projeto Pais e Filhos foi idealizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e vem sendo implementado na Defensoria Pública do Piauí desde março deste ano. As oficinas são realizadas duas vezes no mês e contam com um calendário confirmado até novembro de 2017. 

Compõem a Comissão de Capacitação da Oficina de Pais e Filhos as defensores públicas Rosa Mendes Viana Formiga, Andréa Melo de Carvalho e Débora Cunha Vieira Cardoso, além do defensor público João Castelo Branco de Vasconcelos Neto. A comissão, que tem como presidente Débora Cunha, foi instituída pela defensora pública geral, Hildeth Evangelista, por meio da portaria GDPG nº 192/2017.

Autoria: Catarina Santiago
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