18 Maio, 2019 9:05

Palestra Magna da Semana Nacional da Defensoria Pública abordou os Direitos Humanos das Mulheres

Momento coma defensora pública de São Paulo, Mônica de Melo, aconteceu no auditório do Fórum Eleitoral de Teresina

Lázaro Lemos
Defensores públicos durante a palestra da defensora Mônica de Melo (Lázaro Lemos)

Os “Direitos Humanos das Mulheres: Por Uma Vida Livre de Violência no Espaço Privado e Público – Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Mulheres Encarceradas”, foi o tema, dentro da  Semana Nacional da Defensoria Pública no Estado do Piauí, da Palestra Magna proferida pela defensora pública do estado de São Paulo, Mônica de Melo, no auditório do Fórum Eleitoral de Teresina, logo após a Sessão Solene do Conselho Superior da Defensoria Pública.

“A Defensoria Pública atua em várias frentes em relação aos direitos das mulheres e, em relação específica à violência de gênero, temos atendimento especializado para essas mulheres, o que é importante ressaltar. Há uma orientação específica. Sabemos que a violência de gênero não passa só pelo Direito, é claro que há também uma atuação jurídica que é fundamental, mas ela passa por outros saberes, o que é importante ressaltar. A importância de um atendimento multidisciplinar, de ter um atendimento psicológico, social, porque a mulher em situação de violência é uma mulher em situação de muita vulnerabilidade e, muitas vezes, não consegue sair dessa violência se os outros aspectos dessa vulnerabilidade não forem trabalhados. Então, é importante para ela conseguir sair da violência, conseguir a separação, conseguir a punição do agressor, mas também é importante que ela possa se fortalecer, olhar para ela e se sentir sujeito de direitos. E que ela possa, principalmente, sentir que tem direito a uma vida livre de violência”, disse  Mônica de Melo.

Para a defensora Verônica Acioly de Vasconcelos, que apresentou e mediou a palestra, a abordagem foi pertinente. “Esclareceu conceitos sobre desigualdade de gênero, discriminação de gênero,  e isso como raízes da violência contra a mulher. Mostrou que é um problema mundial, abordou o índice de desenvolvimento humano do Brasil e o índice de desigualdade de gênero. Destacou como pioramos na escala quando se trata de gênero, que as mulheres encarceradas na maioria são pobres e negras, assim como os homens encarcerados, que também na maioria são pobres e negros, e da necessidade de sempre se observar  a interseccionalidade entre raça gênero e classe”, disse a defensora.

“Gostei muito da palestrante, Dra. Mônica de Melo, que demonstrou um conhecimento muito aprofundado no tema. Trouxe dados estatísticos tanto de Institutos nacionais, como internacionais, demonstrando essa infeliz realidade das mulheres não só no Brasil, porque é importante que se diga que criticamos muito o Brasil e lógico que temos problemas bem graves, mas o problema de gênero é internacional e a mulher vem sofrendo com isso desde sempre. Dra. Mônica de Melo demonstrou que a própria ONU só foi enxergar a mulher como sujeito específico de Direitos Humanos há bem pouco tempo. São dados estatísticos que eu particularmente, desconhecia, mas acredito que os presentes tenham aproveitado bastante, porque trouxe uma gama de informações que não se vê em um livro e, por isso, acredito que tenha sido bastante importante. Gosto muito de preparar esses eventos, exatamente porque trazem conhecimentos  que você precisaria ler vários livros para ter as informações que recebem em uma ou duas horas de palestra ”, avaliou Andrea Melo de Carvalho, diretora da Escola Superior da Defensoria Pública.

Autoria: Ângela Ferry
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