31 Agosto, 2017 14:12

Discussão de Gênero na EJA é abordada em evento da 13ª Semana do Orgulho de Ser

No evento foi abordado a importância de orientar professores a evitar práticas homofóbicas em sala.

Ascom Uespi
Discussão de Gênero na EJA é abordada em evento da 13ª Semana do Orgulho de Ser (Ascom Uespi)

A discussão de gênero e o combate à transfobia e homofobia dentro da Educação de Jovens e Adultos foram temas abordados na noite desta quarta (30) no Centro de Formação Odilon Nunes. A condução se deu por parte das professoras Bárbara Melo, vice-reitora da Uespi, e Lucineide Barros, docente do curso de Pedagogia, também da universidade. O evento faz parte da programação da 13ª Semana do Orgulho de Ser, organizada pelo Grupo Matizes, e que tem a Uespi como instituição parceira.

Em seu discurso na mesa de honra, Marinalva Santana, coordenadora do evento, lembrou de um episódio recente envolvendo a educação em Teresina: “Agradeço à Semec por estar promovendo esse debate que integra a programação da Semana, às duas debatedoras, e ao público, pois é fundamental estar fazendo esse diálogo. Nós vivenciamos aqui em Teresina a tentativa da Câmara de impedir que nós professores e professoras exerçamos nossa autonomia em sala de aula, e isso é muito grave. É um sinal que vivemos tempos sombrios”, alertou Marinalva.

A discussão é importante na modalidade de ensino de jovens e adultos para orientar os professores a como acolher e evitar práticas homofóbicas em sala de aula, como relata a coordenadora da educação de jovens e adultos de Teresina, Ana Vitória de Carvalho: “Precisamos aprofundar esse tema para que nossos professores saibam acolher quando houver um aluno com orientação diferente. É um tema contemporâneo bastante discutido, e nós não podemos deixar que a mídia e as redes sociais falem disso sem profundidade, então nós educadores temos que falar de forma correta e adequada”, relatou.

Já é a terceira vez em que a Semana ganha espaço dentro da EJA, modalidade de ensino que, de acordo com a vice-reitora da Uespi, Bárbara Melo, conta com especificidades importantes a se considerar: “Esses alunos já tem um histórico de exclusão, de reprovação, e se eles sofrem preconceito, homofobia ou bullying, é muito provável que saiam da escola sem oportunidade de voltar. Então parabenizamos o Matizes, a Semec, por terem promovido uma discussão tão importante e necessária”.

A dificuldade de tratar desses temas na EJA foi abordada pela Profa. Dra. Lucineide Barros. A docente destaca que um dos desafios é o modo de ler o mundo que as pessoas tem e os desrespeitos históricos introjetados em nossa cultura. “Temos o desafio de alterar esse modo de ver o mundo, essa construção cultural, e a escola participa disso na medida em que se dispõe a revisar seus projetos político-pedagógicos, suas propostas metodológicas, os professores se abrem para as tensões que essas relações venham a trazer, paras as novidades que estão inscritas. Não é nada impossível, o que precisamos é abraçar esse desafio como sociedade”, concluiu Lucineide.

Autoria: Jônatas Freitas
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