04 Maio, 2019 9:01

CEFTI Raldir Bastos é referência na educação do Piauí

Com projetos artísticos como o Arte na Praça, a escola tem as melhores notas do IDEB e já inseriu mais de 60 alunos em universidades públicas

Divulgação
Projeto Arte na Praça (Divulgação)

O trabalho desempenhado pelos professores à frente do Centro de Ensino Fundamental de Tempo Integral (Cefti) Professor Raldir Cavalcante Bastos fez a escola ser referência e obter, nos últimos 4 anos, as melhores notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e também aprovar 61 alunos em cursos de graduação nas universidades públicas e muitos alunos se destacam nas olimpíadas de Matemática e Português. “Pelo terceiro ano temos duas turmas de Ensino Médio onde conseguimos inserir 61 estudantes no ensino superior”, diz Rose Magalhães, que é professora graduada em Educação Física e Artes Visuais.

Não há receita pronta para construir uma receita de sucesso. “Basta ter paixão pela educação pública e fazer tudo com prazer e amor para que tudo funcione bem”, diz a professora, que mora no Renascença há 20 anos e há 10 trabalha na escola Raldir Cavalcante Bastos. Ao todo, a escola de Tempo Integral atende 420 alunos que são educados e orientados por 20 professores, que têm grande vontade de transformar a comunidade e para isso vêm desenvolvendo estratégias eficazes para que as aulas sejam dinâmicas e atrativas.

É com essa determinação dos professores que os alunos apresentam bom rendimento escolar. “Fazemos com que os alunos estejam cada vez mais motivados e deixem um pouco os celulares e sintam-se felizes e atraídos por nossas aulas”, explica a professora.

Há todo um esforço para o pleno funcionamento da unidade, mas ainda há desafios a serem superados e um deles é torcer para redução da rotatividade de professores na escola e ainda é preciso vencer a repetência e a evasão que são pontos negativos para um avanço significativo da educação brasileira. “Procuramos reduzir esses índices negativos com muitas intervenções”, diz a professora, citando projetos interdisciplinares que englobam a comunidade. “Entendemos que é preciso interagir professores, alunos e família”.

Um dos projetos executados pelo Cefti Raldir Bastos é o Escola Verde, pois a comunidade acumulava muitos resíduos sólidos e fazer a horta perto da comunidade fez com que pneus velhos fossem colhidos e aproveitados.

A professora enumera ainda o projeto Brasil que Queremos, que consiste na produção de gibis. “Em seis meses temos em nossa escola 400 gibis produzidos por alunos e que são bastantes procurados para leitura”, comenta, citando ainda o Arte e Matemática, que trouxe resultados eficazes.

Homenagem a Torquato Neto

Na escola, professores coordenam a exposição Torquato Neto, uma mostra de caricaturas realizada nas praças. “Levamos 160 caricaturas de Torquato feitas por cartunistas do Brasil e do exterior”, diz Rose, enfatizando que a escola recebeu trabalhos de vários países.

Além da exposição, todos os anos, no dia 9 de novembro, na Praça do Renascença, é realizado o show Amigos cantam Torquato, que conta com a presença de escritores, dançarinos, cantores e coreógrafos, além dos próprios alunos.

Com todas essas atividades, Rose afirma que precisava fazer mais para envolver os 420 alunos da escola e em 2016 foi criado o projeto Arte na Praça com a proposta de facilitar a promoção e acesso à cultura e incentivar o desenvolvimento de competências individuais presentes na comunidade. “Nós precisávamos descobrir esses talentos e diminuir a situação de risco social”, explica a professora.

Arte na Praça integra pais e alunos no ambiente escolar

O Arte na Praça oferece oficinas de pintura em tela, teatro, iniciação musical, oficina de leitura, produção de HQs. Durante três vezes por semana, dentro da sala de aula nas disciplinas de arte, Rose trabalha essas atividades e por meio deste projeto ela fez os alunos se apaixonarem por teatro e trouxe ainda os pais e outros jovens da comunidade para o ambiente escolar.

“O projeto vem se destacando dos outros, pois além de acolher todos os alunos, proporciona um leque de atividades que os outros projetos não contemplam”, diz, enfatizando que o Arte na Praça tem grupos de dança, teatro, música e para quem gosta de atuar nos bastidores, há trabalhos de figurinos e de organização de palco. “Todo mundo já assumiu uma função dentro do projeto”, conta Rose.

Com o trabalho feito, professora e alunos perceberam que não tinha como alugar todos os figurinos das peças. “Daí trouxe minha máquina de costura para escola e passamos a costurar e confeccionar todos os figurinos das performances que criávamos”, explica a professora.

Hoje, por meio do projeto, a Escola tem a companhia Os Quarenta, pois trata-se de um grupo formado por 40 artistas amadores. “é um grupo que produz peças simples, é claro, mas que elevou a autoestima dos alunos que estão integrados e notamos um grande avanço em todos os aspectos educacionais”, diz a professora, lembrando que o Arte na Praça é eficaz e já levou seu talento para ruas de Teresina, São Paulo, Flipo e até a Alemanha.

 

 


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