16 Outubro, 2017 13:42

Uespi promove V Encontro África Brasil com discussões sobre literaturas afro-brasileiras, indígenas e africanas

O evento acontecerá de 22 a 24 de novembro

A Universidade Estadual do Piauí realiza a quinta edição do África Brasil que tem como objetivo promover discussões sobre as literaturas, histórias e culturas afro-brasileiras, indígenas e africanas de língua portuguesa. O evento acontecerá de 22 a 24 de novembro desse ano e traz como principal temática “Narrativas e Cidadania” e também pretende estimular a troca de experiência entre seus participantes.

A programação destinada para todos os públicos, acontecerá no campus Poeta Torquato Neto da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).  Dará inicio com a solenidade e conferência de abertura com a   escritora e jornalista, Conceição Lima (São Tomé e Príncipe) e durante os três dias, o evento contará com Simpósios Temáticos/Minicursos/Oficinas e Rodas de Conversa, finalizando com concerto da Orquestra Jovem Música Para todos.

A proposta é dar visibilidade a cultura de povos pouco falada na sociedade, abordando temas e questões que na atualidade que são urgentes e indispensáveis, como a educação plural e diversa. Os debates incluem a visão da história, da filosofia, da religião dessas populações que serão discutidos, a partir das literaturas afro-brasileiras, indígenas e africanas de língua portuguesa. Seus organizadores reuniam-se recentemente para tratar dos últimos detalhes do evento.

A ocasião trará como presenças marcantes quilombolas, indígenas, participações artísticas e culturais, com exposição de artes plásticas, artesanato, mesas redondas e contará com profissionais e palestrantes de diversos países. Além disso, alunos de graduação, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) participarão como comunicadores orais, com exibição de trabalhos que podem serem apresentados em inglês, português  ou espanhol.

Para abrir espaços para a discussão do tema, o evento contará com caráter e perspectiva interdisciplinar, visto que atende a questões do conhecimento profundo das áreas abordadas.  Para a professora Assunção Silva, falar sobre esses assuntos faz toda a diferença. “Essas questões estão sendo discutidas e refletidas em pesquisas nas universidades públicas do Piauí, mas a população não sabe. Então é preciso socializar, trocar experiência de pesquisa e, mais que isso, desenvolver trocas de saberes entre academia e a experiência de vida dos descendentes indígenas no Piauí. Como também colocar em foco a condição em que hoje vivem os afrodescendentes, com suas demandas e suas lutas”, explica.

A docente diz ainda mais que o tema “Narrativa e Cidadania” foi apropriado ao que chamamos de a “verdadeira a história desse povo”. “Narrativa e cidadania traduz o que queremos: aliar as várias formas literárias de conceber o mundo. Por isso a importância de autores e autoras convidados e de pesquisadores e pesquisadoras que estarão presentes e que investigam a realidade e condição dos afro-brasileiros e indígenas. Narrar para refletir, narrar para denunciar, narrar para resistir, narrar para expressar a beleza do literário e da vida. Isto é cidadania”, situa.

Evento internacional

Por dar visibilidade a esses povos e suas culturas, o evento já se consagrou como uma das maiores solenidades acadêmicas que aborda a afrodescendência do Brasil e da América. O professor e coordenador do evento, Elio Ferreira, acredita que essa edição contará com um grande público. “A infraestrutura financiada pela Uespi, como as passagens para pessoas que vem de fora foi de suma importância. E contando com um espaço grande, nossa perspectiva é que abranja mais de mil pessoas. A qualidade do evento e dos participantes permitem isso, sendo o maior encontro do Brasil referente ao assunto, será um evento de excelência”, diz.

As palestras trarão como atrativos direitos humanos relacionados a afrodescendentes, africanos e indígenas. Entre os palestrantes, encontram-se grandes nomes nacionais e internacionais, como a artista plástica boliviana, Elvira Espejo Ayca; a Profa. e indígena Maria das Graças; a escritora e jornalista (São Tomé e Príncipe), Conceição Lima ; o escritor e jornalista Oswaldo de Camargo, entre outros 31 palestrantes.

Assunção Silva explica que o papel da Uespi é fundamental. “Primeiro porque fazemos parte dela e com isso devemos trazer para seu interior todas as questões que dizem respeito a nossa realidade piauiense e brasileira. A universidade enquanto tal deve dar sua contribuição. Segundo, a Uespi hoje é uma das maiores instituições do Brasil e do Piauí e isso mais do que por mérito, é por representatividade, responsabilidade e cumprimento de função social e política que todas Universidade de qualquer lugar do mundo deve fazer”, afirma.

Organizado pela Universidade Estadual do Piauí (Uespi) por meio do Núcleo Estudos e Pesquisas Afro – NEPA, Mestrado Acadêmico em Letras e Núcleo de Estudos Hispânicos/Uespi e a ADHILAC Seção Brasil, a solenidade inclui o I Encontro Internacional de Culturas Indígenas da América Latina e Caribe. Além desse, serão realizados simultaneamente, o VII Colóquio de Literatura Afro-brasileira e Africana e IV Salão do Livro Universitário da Uespi.

Os interessados em participar, as inscrições podem ser feitas pelo site do evento e contam com preços variados para alunos de graduação, pós-graduação, professores do ensino médio e ensino superior e para demais ouvintes.

Autoria: Danúbia Rodrigues
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