24 Julho, 2019 9:27

Governo e comunidades de matriz afro tratam de ações para combate a práticas de intolerância religiosa

A comunidade tem sofrido ataques que vão desde agressões verbais a físicas, culminando em homicídios.

Jorge Bastos
Governo recebe representantes de comunidades de matriz afro (Jorge Bastos)

Comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiro estiveram, nessa terça-feira (23), no Palácio de Karnak, em reunião com o superintendente de Relações Sociais do Estado, João de Deus, para discutir ações e formas de combater a intolerância religiosa no Piauí. Recentemente, a comunidade tem sofrido ataques que vão desde agressões verbais a físicas, culminando em homicídios.

“É um tipo de violência que tem crescido no Brasil inteiro e a comunidade nos procurou para buscar um apoio nesse sentido, de ajudar a combater este tipo de prática. Infelizmente, o Piauí tem reproduzido esse comportamento intolerante contra as religiões de matriz africana. Aqui nos colocamos à disposição para ajudar no que for possível. O governador Wellington Dias tem todo o respeito a todas as religiões e o Estado dará sua contribuição, da mesma forma que já esteve do lado de outras crenças”, disse o superintendente de Relações Sociais do Estado. 

Umas das pautas colocadas foi um pedido de apoio para a Caminhada do Axé realizada todos os anos em Teresina. O principal objetivo do evento é mobilizar a população para tentar desmistificar as religiões de matriz afro. “É um evento cheio de alegria, música e com muito respeito. Todos os anos mostramos o que somos verdadeiramente: uma mistura de paz, amor e fé!”, disse um dos precursores do movimento, babalorixá Ítalo de Logun Edé.

Para a mãe de santo Eufrasina de Iansã, é um momento de união. “Vamos reunir todos os movimentos em prol do mesmo objetivo. Sonhamos que um dia nossa religião possa ser vista com respeito, sem qualquer tipo de preconceito e violência”, afirmou a sacerdotisa.

A audiência contou ainda com a presença de representantes da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro); do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab) e a Juventude de Terreiro de Teresina. 

“Nosso intuito é mostrar a todos os piauienses e brasileiros que a nossa história, nossa raiz ela está ligada às religiões de matriz afro. Vamos lutar por nossa visibilidade”, garantiu Iasmin Agnes, representante da Juventude de Terreiro de Teresina. 

Autoria: Aline Medeiros

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