06 Setembro, 2017 12:53

Seminário aborda temas como medidas socioeducativas e trabalho infantil

Debates em torno de violência sexual infanto-juvenil, diversidade e enfrentamento à violência contra a mulher também fizeram parte do evento.

Ascom Sasc
Representantes de municípios piauienses participaram do seminário (Ascom Sasc)

A Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Sasc) realizou, nessa terça (04) e quarta-feira (05), no Atlantic City, o “II Seminário Estadual da Proteção Social de Média Complexidade: Discutir para Aprimorar”. O evento contou com a participação de representes do Ministério do Desenvolvimento Social, MPE-PI, Universidade Federal do Piauí (UFPI), OAB-PI, Centro de Referência LGBT, Coordenadoria Estadual de Igualdade Racial, Conselho de Psicologia, instituições ligadas a assistência social no Piauí, assim como gestores e técnicos que executam serviços de Média Complexidade no Piauí e representantes do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) dos municípios piauienses. 

Os debates promovidos durante o seminário buscou discutir o modelo assistencial de atendimento às famílias e indivíduos com direitos violados, mas cujos vínculos familiares não foram rompidos. A técnica do Ministério do Desenvolvimento Social, Eleuza Rodrigues, que participou da mesa-redonda “Atendimento das Medidas Socioeducativas em Meio Aberto: Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade”, ressaltou a importância de políticas públicas integradas.

“A intersetorialidade é muito importante em medidas socioeducativas. Ninguém consegue resolver questões complexas sozinho. Isso não se refere só a medidas socioeducativas, mas a uma série de ações sociais que uma política sozinha não dá conta. Nós precisamos do sistema de garantia de direitos que vai fazer todo o processo girar. É essencial termos políticas na proteção e responsabilização do adolescente”, declarou a técnica.

Para a assistente social da Sasc Maria Verônica Batista, é fundamental que haja um acompanhamento desde os primeiros movimentos de atos infracionais por parte dos adolescentes. “Se os problemas com jovens são detectados nos primeiros atos infracionais e eles começam a serem acompanhados pelos técnicos com todos os encaminhamentos, as chances são muito grandes de conseguirmos bons resultados. Se esperamos os fatos se agravarem, então é mais complicado de se fazer um trabalho”, acrescentou a profissional.

Temas como trabalho infantil também estiveram presentes nas discussões. O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí, Francisco Meton Marques, destacou estatísticas que devem ser trabalhadas a fim de oportunizar uma nova realidade para os jovens. “Eu comecei a trabalhar muito cedo e consegui chegar até aqui com muito esforço, mas não é a regra. O sistema prisional fez uma pesquisa que mostra que 80% dos detentos são frutos do trabalho infantil. A formação humana é muito importante e passa por cada um viver suas fases. Antecipar isso é muito perigoso e traz prejuízos para toda sociedade”, ponderou Meton.

Durante o evento, ainda foram abordadas diversas temáticas como exploração e violência sexual infanto-juvenil: violência de gênero, avanços e desafios no enfrentamento à violência contra a mulher e população em situação de rua.

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