09 Março, 2017 7:55

Tratamentos de alta complexidade são assegurados pelo Estado

A rede hospitalar pública do Piauí é dotada de profissionais especializados e estrutura adequada para dar o suporte necessário na realização de procedimentos em alta complexidade. No entanto, alguns tratamentos são tão específicos que poucos estabelecimentos de saúde do país oferecem a assistência, como é o caso da cardiopatia congênita, uma má-formação na estrutura do coração.

Para esses casos excepcionais, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), assim como ocorre na maioria dos estados da federação, busca na rede nacional a assistência para esses pacientes, por meio da Central Nacional de Regulação em Alta Complexidade (CNRAC), cuja fila de espera é regulada pelo Ministério da Saúde. Por atender a demanda de todo o Brasil, muitas vezes, a espera é um dos desafios que angustiam pacientes, familiares e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

A problemática é tema de discussão permanentemente entre os estados, gestores, controle social e entidades não governamentais. Apesar das limitações, a Secretaria da Saúde concentra esforços para agilizar e atender esses pacientes, mantendo contato permanente com a rede hospitalar habilitada no país para a oferta dos serviços, seja pelo SUS ou privado.

Casos de crianças como a Ana*, Paula*, Eduardo*, todos com cardiopatia congênita, que foram atendidos entre o final de 2016 e início de 2017. A Ana* recebeu recentemente alta hospitalar, após 20 dias, entre consulta e internação. O Eduardo*, um paciente grave, recebeu alta hospitalar após dois meses de internação. O garoto teve boa evolução, devendo retornar ao hospital, em um ano, a contar da data da cirurgia. Os três pacientes foram atendidos pela CNRAC.

Nesses casos, como atendimento é feito fora do Piauí, o paciente é assistido por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), disponibilizando uma rede de assistência, tanto dentro como fora do estado, incluindo passagens áreas/terrestres, diárias, que são extensivos ao acompanhante também.

A criança de iniciais A. C., também portadora de cardiopatia congênita, já tem agendamento de consulta, via CNARC, para o Pronto Socorro do Coração (Procape), em Recife/PE, para o dia 10 de abril. Após a consulta de avaliação e o agendamento do procedimento, que é definindo de acordo com a necessidade de leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a criança recebe todo aparato assistencial do Estado.

No intervalo entre a consulta e o procedimento, o paciente aguarda, na maioria dos casos, internado no próprio hospital. Tanto o transporte como as diárias são subsidiadas pelo Estado, por meio do TFD. Ou seja, todo o aparato é disponibilizado para a assistência do paciente e do acompanhante.

Ainda atendendo recomendações e cuidados médicos, algumas vezes, o paciente necessita de deslocamento em UTI móvel, tanto terrestre como aéreo, que também é garantido, conforme prescrição médica.

Mesmo com todas as providências tomadas pela Saúde, o agendamento da consulta inicial não ocorre na agilidade esperada. Essa situação ocorre atualmente com o paciente de inicias F.Y., diagnosticado com cardiopatia congênita, que aguarda uma vaga na rede nacional para o tratamento. O paciente está na fila pelo CNRAC e, em paralelo, a secretaria aguarda proposta orçamentária de hospitais particulares que realizam o procedimento cardiológico pediátrico, em estados como São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul. 

A previsão é que até o final desta semana, seja comunicado a disponibilização de vaga para F.Y.

*Nomes fictícios a pedido das famílias

Autoria: Graciene Nazareno e Denise Nascimento
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