22 Novembro, 2018 17:30

“Uespi Negra” aproxima a universidade de comunidades quilombolas de São Raimundo Nonato

O encontro, alusivo ao dia da consciência negra, teve como objetivo provocar reflexões sobre a identidade negra

A Universidade Estadual do Piauí (UESPI) promoveu de 19 a 21 de novembro a “Uespi Negra: Quilombo, Território e Identidade”. O evento contou com reflexões importantes tanto para o contexto em que vivemos, quanto para a conscientização social acerca do negro inserido na sociedade.

O encontro, que ocorreu na semana no Dia da Consciência Negra (20), teve como foco principal discutir sobre as questões quilombolas, seus territórios, a identidade do negro e da negra, na semana que recorda a luta dos negros contra a escravidão e preconceitos alicerçados nas raízes sociais. A programação foi direcionada para todos os públicos, com o intuito de incluir todo o âmbito social e acadêmico.

Além de palestras e debates, os três dias de evento contaram com oficinas e minicursos. As atividades remeteram a temática cultural africana com atividades como apresentação de capoeira, dança, socialização, discussão de livros, filmes e documentários. A Associação Cultural Coisa de Nego ministrou as oficinas sobre Estética Negra e Dança Afro, remetendo à identidade do negro e o Grupo Raízes do Brasil ofereceu uma oficina de capoeira, focando nos golpes, movimentos e modalidades dessa expressão cultura.

De acordo com a professora Ayala Silveira, uma das organizadoras do evento, o diálogo tratado na Uespi Negra foi muito importante pelo fato de estabelecer uma relação entre a universidade e a comunidade. “Foi uma troca de conhecimentos, nós tivemos um retorno bastante positivo, observou-se de fato um interesse. Foi feito com muito amor e garra, visto que é um assunto tão importante de ser tratado. Houve uma logística surreal fazer esse evento acontecer nas comunidades quilombolas e na UESPI ao mesmo tempo”, disse a professora.

“Esse evento foi uma experiência maravilhosa para mim que sou aluna do curso de História. Pude vivenciar na prática o amor que as pessoas do quilombo Lagoas tem por serem negros e poderem lutar pelos seus direitos. É lindo ver que eles lutam para deixar vivo na memória de todos a sua cultura, a sua história de vida e as suas raízes africanas”, afirmou a aluna Arlene Ribeiro Santos, do 6º bloco de História.

A palestra de encerramento discutiu o Feminismo Negro. Foi ministrada por Maria Lúcia Gato de Jesus, do grupo de estudos Feminismos Negros Marielle Franco. A discussão concluiu o evento com reflexões de gênero e uma apresentação cultural do grupo Sulica do Samba.

Autoria: Priscila Fernandes
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