Professores e estudantes da Uespi participam do Seminário Língua Viva no 16° Salipi
Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro trouxe reflexões relevantes em torno da cultura afro-brasileira.
A Universidade Estadual do Piauí (Uespi), por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro (Nepa), marca presença na 16ª edição do Salão do Livro do Piauí (Salipi) com a mesa-redonda “Literatura, História e Cultura Afro-Brasileira”. O encontro reuniu um grande público de estudantes e visitantes, nessa quarta-feira (06), no Cineteatro da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
A mesa-redonda trouxe como objetivo reflexões relevantes em torno da cultura afro-brasileira e a fruição com as variedades de obras literárias. A professora Assunção Silva fez abertura com poesia e enfatizou que a “literatura de autores negros transmuta (reinterpreta) a literatura do Brasil de forma plural e inclusiva”.
Os pesquisadores do Nepa debateram sobre políticas de inclusão e sujeitos diversos: trabalhadores, negros, indígenas, camponeses, mulheres. “Precisamos dialogar o ‘nós com esses sujeitos’, é preciso reeducar nossa sensibilidade pedagógica”, suscitou a profofessora Iraneide Silva.
O professor Feliciano Bezerra pontua que a rica cultura africana influência a cultura nacional. “A cultura negra não é cultura de bandido, como se pensa no Brasil”, observa ele.
O Salipi tem caráter didático não só pelo incentiva à leitura, mas por oferecer diálogos em diversas temáticas. Quem tirou proveito disso foi a estudante do primeiro período de História da Uespi, Josanny Carvalho, que esteve presente com sua turma. “A palestra me fez refletir sobre a importância de dar voz ao negro e à mulher negra, que estão tentando uma abertura na literatura”, explica a aluna.
O professor Elio Ferreira levantou reflexões sobre outro eixo importante no seminário, a carta da escrava ‘Esperança Garcia’, ressaltando uma necessária visibilidade à personagem histórica negra.
Lançamento
Elio Ferreia lançará, nesta quinta-feira (07), às 18h30, no Salipi, a coletânea “Poesia Negra”, publicada este ano, que trata de diversos assuntos da relação da cultura com a literatura brasileira, norte-americana e africana.
“Eu falo da origem do blues, jazz, da capoeira e sua importância em relação à resistência da cultura brasileira, reflito também do bumba meu boi no Piauí e um estudo de literatura da origem do canto, da escravidão, a narrativa dos escravos”, destaca Elio sobre a obra.
Além dessa, o autor apresentará o livro “Literatura e cultura afrodescendente e indígena”, organizado por ele, sobre pesquisas apresentadas na última edição do África Brasil, evento internacional que ocorreu em novembro de 2017. As obras estão disponíveis para venda no estande da editora Edufpi.
