12 Julho, 2017 10:32

Uespi promove extensão sobre processo identitário em comunidades indígenas e quilombolas

Extensão será realizada com alunos dos cursos de Letras e História dos campi de Picos e Floriano.

Arquivo pessoal
Marleide Lins na oficina de produção de máscaras na Itália (Arquivo pessoal)

A Universidade Estadual do Piauí (Uespi) promoverá um projeto laboratório de residências artísticas intitulado “Máscaras neutras e letras: busca de identidades”, ministrado pela pesquisadora cultural Marleide Lins. A extensão será realizada com alunos dos cursos de Letras e História dos campi de Picos e Floriano, em comunidades quilombolas e indígenas, nos dias 14 e 15 de julho. O projeto é desenvolvido pela Pró-reitoria de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários (Prex).

O trabalho realizado nas comunidades será a adaptação de uma experiência da pesquisadora, em Ravenna, na Itália, com refugiados e imigrantes de países da Africa, Afeganistão e Paquistão, residentes em casas de acolhimento. O intuito do projeto na Itália foi realizar uma pesquisa para a produção da quarta obra “Diversidade e Identidades culturais”.

Na extensão com os alunos de Picos e Floriano, Marleide ressalta que o objetivo é realizar um laboratório de literatura com temática étnica e de máscara neutra com intuito de revelar realidades, anseios e identidades das comunidades afro-brasileiras e indígenas do Piauí.

No projeto, estão elencados as seguintes etapas:

– mapear as comunidades com registro em audiovisual e etnofotográfico;
– realizar exposição das máscaras produzidas nas comunidades;
– realizar exibição dos documentários em audiovisual;
– realizar exposição etnofotográfica;
– produzir folder/cartilha das comunidades mapeadas.

Segundo o pró-reitor da Prex, Raimundo Dutra, a ação é importante para a formação dos novos profissionais. “Será uma atividade formativa. Esses alunos poderão realizar pesquisas e atuarem na área, com esse novo olhar, replicando o conhecimento adquirido na oficina”, destaca o pró-reitor.

Experiência do projeto na Itália

De acordo com Marleide Lins, a proposta inicial na Itália, visava à produção de uma pesquisa para aplicar questionários e recolher entrevistas no intuito de produzir a quarta obra sobre diversidade e identidade cultural. Conforme Marleide, o trabalho desenvolvido para o livro é promovido pela Uespi, Universidade Tecnológica do Paraná, Instituto de Memória de Portugal,  cinco instituições da África e uma da Itália.

A pesquisadora conta que, na Itália, o projeto adquiriu uma dimensão além da coleta de dados e entrevistas. Em um período de três meses ela buscou, antes, estabelecer um foco que envolvesse mais os refugiados e imigrantes e, nisso, trabalhar o processo identitários deles em terras estrangeiras. Segundo ela, isso ocorreu por meio da intervenção artística  em uma oficina de máscaras.

“Comecei o laboratório, que é um processo que você produz máscaras e faz esculturas que são chamadas de matrizes. E depois disso, propus que os oficineiros recortassem matérias de jornais que retratavam a realidade deles, seus anseios e vivências. Também fiz leituras de poesias e registrei tudo em vídeo”, explica a pesquisadora. Para ela, os resultados da pesquisa foram satisfatórios, pois abriu portas para uma pesquisa séria, científica e mais humana.

Autoria: Valéria Soares
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